CRÔNICAS DA QUARENTENA

Uma reunião de relatos sobre o isolamento de um processo intrinsecamente coletivo.

MAIARA ASTARTE – Curta: “Maria”

2020, o ano em que a Terra parou! Uma frase que também traz suas entrelinhas. Sinto que o tempo ficou diferente, dias longos, dias curtos, dias de não fazer nada, dias de se matar no home office. E pra quem é artista?

Gravar o curta-metragem “Maria” me fez sentir viva, eu tinha esquecido como era. Pensei “e se eu esquecer como se atua?”. Mais do que poder exercer meu ofício, produzi-lo me fez assistir aulas de edição, descobrir como crackear um programa, conversar com amigos para entender a quarentena deles e ir mais à janela.

Aqui em casa, depois dos meus ataques de ansiedade, raiva, angústia, tpm, eu consegui produzir e gostei. Pegava meus cadernos, anotava coisas, lia um pouco, entrava em 76.489 sites ao mesmo tempo, talvez por isso o meu computador tenha pedido educadamente por um dia de folga quando me mostrou aquela tela preta. Segui tentando, escreve, apaga, chora, sorri, vagabundeia, procura métodos de ganhar dinheiro na internet. Oscilações.

Uma Janela, um violão

Gravar o curta-metragem “Maria” me fez sentir viva, eu tinha esquecido como era. Pensei “e se eu esquecer como se atua?”. Mais do que poder exercer meu ofício, produzi-lo me fez assistir aulas de edição, descobrir como crackear um programa, conversar com amigos para entender a quarentena deles e ir mais à janela. Antes disso eu confesso que colocava muitos empecilhos para gravar um filme, ainda mais sozinha: “não tenho equipamento”, “não sei fazer isso”, “quem vai apertar o rec”, “e se eu sair fora de foco?”.

Tudo resolvido, era só começar, só apertar o play. Uma vez li em algum livro ou vi no feed do Instagram que a maior distância entre você e a yoga era o tapete. É exatamente isso. Se eu pudesse dar uma dica, além de dizer usem máscara, seria essa: COMECEM! Tudo só precisa de uma iniciativa.

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