O novo filme do francês Michel Gondry (de A Ciência dos Sonhos, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança, Rebobine Por Favor, entre outros) é um convite à fantasia, com pitadas de alucinação. No melhor estilo que o cinema pode proporcionar. Transbordando inventividade, dos mínimos detalhes ao máximo dos delírios, que é a marca de Gondry, “A Espuma dos Dias” aborda a inocência da juventude, na história do casal protagonista e seu círculo de amigos.
A velocidade das cenas, das soluções técnicas e do texto, às vezes nos deixa sem fôlego (como no antigo “Zazie dans le metrô” de Louis Malle) mas o ritmo ganha novos rumos no desenrolar da história.
O trabalho quase artesanal de Gondry desafia a nossa própria capacidade de imaginação, como um retorno à infância, e ao mesmo tempo uma celebração da imagem em movimento. Para quem não conhece o nome do cineasta, deve pelo menos conhecer alguns de seus videoclipes que fizeram história, como “Around the World” do Daft Punk e “Star Guitar” dos Chemical Brothers. Se você não conhece nem estes, por favor assista já.