O que alguns ousaram chamar de “pioneira da selfie”, erroneamente, – já que se tratam de autorretratos auxiliados por vidros ou espelhos. Vivian Maier era uma sombra com uma câmera em mãos. Dona de uma história extraordinária, a fotógrafa nova-iorquina trabalhou a vida inteira como babá, morreu solitária numa casa de repouso e guardou silenciosamente seus registros urbanos.
Um dos maiores nomes da fotografia atualmente, Vivian deixou seu legado em caixas que foram arrematadas num leilão em 2007 por um historiador chamado Maloof que, ao descobrir parte da sua história, resolveu produzir um documentário sobre sua vida dois anos depois, em 2009.
Me deparo com a obra de Maier pensando que tamanha genialidade viveu sob o anonimato por toda sua jornada em vida. Ainda que carregasse sua câmera para todos os lugares, pendurada em seu corpo, não dividia com ninguém sobre as fotografias ou experimentações. No fim, se aposentou como babá. Me pergunto: quantas mulheres são como Vivian Maier?