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A arte do improviso

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O sucesso de um filme pode começar com um bom roteiro, mas grandes momentos no cinema surgem da improvisação dos atores. Ao contrário do que se pensa, a arte do improviso não paira só na comédia, até mesmo em alguns dramas podemos encontrar momentos de espontaneidade que fazem com que as cenas se tornarem memoráveis. Para nossa alegria o Canal Mewlists fez um vídeo relatando o que eles acreditam ser as 25 melhores cenas de improviso de grandes sucessos do cinema. Essa lista deve aumentar com o tempo, mas é uma bela coleção de improvisação.

Mac ‘n’ Cheese

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Mac ‘n’ Cheese é um curta de animação dirigido e criado por quatro estudantes da Escola de Artes de Utrecht, na Holanda. O filme tem cerca de dois minutos levou mais de quatro meses para ficar pronto. Ganhador de 3 prêmios entre eles um de melhor cena de perseguição, o Couchfest em 2011. Além dos ótimos efeitos o curta conta com um final surpreendente, confira.

UPDATE: Em 2013 foi lançado mais um episódio: “Mac ‘n’ Cheese – Supermarket”

Site oficial

Eduardo Sá | Benguelê

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Carioca, ilustrador, designer, artista… Esse é Eduardo Sá, também conhecido como Benguelê. Formado em Programação Visual pela UFRJ, com um portfólio incrível e repleto de estilos e técnicas, tantos nos projetos autorais quanto para os inúmeros clientes nas agências por onde passou. Design top, made in Brazil!!

Site oficial, Trabalhos e Flickr.

World Press Photo 2012

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O World Press Photo é uma entidade independente e sem fins lucrativos, fundada em Amsterdã em 1955. Ela realiza anualmente uma escolha das melhores imagens de foto jornalismo do mundo, divididas em 10 categorias.
Sexta-feira dia 10 de fevereiro, saiu o resultado, premiando do primeiro ao terceiro lugar em cada categoria.
Nesse ano, foram avaliadas 101.254 fotografias de 5,247 fotógrafos de 124 nacionalidades.
Nem precisa falar que as imagens são lindas, emocionantes e cada uma com uma história a compartilhar com o mundo. A melhor prova de que uma imagem valem mais que mil palavras.
Vale gastar algumas horas apreciando!



Bate e volta

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Em uma festa de pessoas desconhecidas, enquanto eu me esforçava em disfarçar a vergonha de pegar salgadinhos e cervejas, acabei reencontrando um velho conhecido. Seguimos o protocolo: como vai a vida, o que tem feito, e você, beleza. Conversa vai, conversa vem, ele me atualizou sobre sua fracassada tentativa de entrada na Espanha. Mesmo com a crise apavorando os locais. Corajoso.  Paraibano, o cabra descende de uma linhagem de povo aguerrido e sem fronteiras. Diz por aí que até em Glasgow encontra-se Severinos. Bem, o irmão desse meu conhecido, fiquei sabendo, mora em Madri e trampa como entregador. Fez família por lá; quer dizer, levou daqui a mulher, mas o filho nasceu madrileño. Já arrasa no idioma, reclama do clima e adora a culinária. Aventurou-se noutro momento, de maior abertura e menor tensão. Em comparação com a vida no Brasil, galgou uns degraus na escala social: de nordestino radicado na capital, para imigrante ilegal na Europa. Seus pais, junto com seus outros quatro irmãos, são oriundos da fuga da seca. Envelheceram e se estabeleceram no Rio de Janeiro, pelejando na aridez de empregos e de moradia. A oportunidade de melhor vida no exterior surgiu através de um tio garçom. Não pensou duas vezes. Isso foi há quatro anos. Com o razoável sucesso da empreitada ganhou confiança o suficiente para atrair os outros irmãos. Plano que só no fim do último ano pôde concretizar. Decidiu começar trazendo o mais novo. Juntando esforços e empréstimos de outros familiares, conseguiram o montante necessário para o projeto. E Raí, apelido de Raimundo, o meu conhecido, ignorando o histórico de relações tempestuosas do país com turistas latinos e africanos, meteu-se num vôo para São Paulo e de lá para Madri. Com uma cara de quem não sabe bem o que está fazendo, ao chegar à Espanha, foi interpelado pela imigração. Devido a má qualidade de seu portunhol, não conseguiu argumentar com os guardas. Foi arrastado a uma salinha onde se encontravam outros infelizes. Argentinos, paraguaios, alguns brasileiros e um grupo de mexicanas – segundo ele, “pegáveis”. Nosso herói ficou durante 20 horas detido, sem nenhum tipo de informação ou esclarecimento. Em sua posse os agentes encontraram um pacote de biscoitos, meia garrafa dágua e uma modesta mala. Apesar da convincente história de visita ao sobrinho recém-nascido, assim sem muita conversa, foi mandado de volta. Ouvindo seu relato, na hora me veio a cabeça o filme de Costa-Gravas, “Éden a Oeste”, que narra as desventuras de um náufrago imigrante e seu intuito de chegar a França. O filme é bom, verossímil, mas trata-se de ficção. Vira uma jornada envolvendo personagens interessantes, situações cômicas e sexo com alemãs. A realidade é um pouco menos carinhosa. Chegando de volta a São Paulo, Raí já não possuía dinheiro suficiente para terminar a viagem de regresso. Gastou seus últimos R$ 20,00 comprando um cartão telefônico e mais biscoitos. Sentou-se desolado no meio-fio, esperando que um raio o iluminasse com a solução. Tentou em vão os números que trazia anotado em um papelzinho amassado, um disque-emergência, caso tudo desse errado. Depois de quase ficar sem créditos, conseguiu armar um esquema com o primo de uma amiga, caminhoneiro que o levaria em segurança até a rodoviária e de lá o colocaria em um ônibus. Aportou na Novo Rio às 15:45 de um dia chuvoso. Da Espanha, gravado em sua memória, só o frio no aeroporto e a beleza das mexicanas.

Polícia para quem precisa

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Salvem os leitores do Trevous!

Aqui vai o meu primeiro post, já um tanto atrasado, diretamente da Holanda. Resumidamente eu vivo e estudo em Haia há dois anos e meio. Haia fica na costa do Mar do Norte (moro pertinho da praia, assim como quem está no Leme), a quarenta minutos de trem para Amsterdã, vinte e cinco minutos para

Female Origami

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 O contorcionismo do corpo feminino é a inspiração para o fotógrafo russo Levon. As posições impressionantes e a forma como o fotógrafo retrata, fazem com que o corpo se torne parte da composição como um grande origami humano. As belas imagens provam que a arte só depende de um ponto de vista diferente.








Sobre aprender

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Bom, esse é o meu primeiro post, e acabou que o que mais me preocupava se tornou o tema deste texto: aprender!

Quando criança, na escola, eu gostava de escrever. Adorava as aulas de redação, onde podia transferir todas as minhas ideias para o papel. Embora os textos não tivessem uma exigência tão grande como agora me arrisco a dizer que eles ficavam bons. Porém, com o passar do tempo, fui me interessando por outras coisas e me afastando da escrita. Hoje me sinto um pouco inseguro e desconfortável para escrever um texto literário. Acho que não consigo expressar bem as minhas ideias dessa forma e agora percebi que preciso voltar a praticar.
Esse exercício é fundamental na vida de todos. Estou aqui exercitando algo que estava adormecido, e espero que no decorrer dos próximos eu vá me sentindo cada vez mais confortável para expressar minhas ideias.

Sou Designer. Aprendi na faculdade e no decorrer dos anos a me expressar graficamente, ou volumetricamente, através de 3D´s, mockups digitais, ilustrações, desenho ou fotografias, deixando sempre os textos descritivos o mais técnico possível para esconder essa falha, que mais cedo ou mais tarde teria que confrontar.

Eu tenho uma fome de aprendizado estranha e de certo modo nociva. Às vezes me interesso por coisas demais, e isso me desfoca de outras atividades.

Não é raro estar lendo para estudar algo, e quando chega num ponto mais chato (que todas as coisas tem esse ponto de convergência), olho para o lado e vejo outra coisa que parece ser mais legal! Ai lá vamos nós! Mais uma tarefa que ficou pelo caminho e mais uma que tem grande possibilidade de também ficar (a escrita é o melhor exemplo nesse caso).

Nos últimos anos aprendi a fotografar, escalar, mergulhar entre outras coisas, e deixei pelo caminho outras das quais gostava muito, como música, desenho e outras coisas, inclusive a escrita, por conta de aparecer algo “mais legal”. Sempre soube dessa deficiência e nunca tentei confrontar isso, mas agora eu me policio para voltar a estudar o que é importante e não começar o que não vou terminar.
Há tantas coisas legais para se aprender e há também outras que são essenciais. Cabe a cada um definir essa fronteira, e encontrar interseções entre elas. Escrever mais e ter isso como um constante exercício, vai me ajudar a organizar melhor as minhas ideias e facilitar a compreensão do meu trabalho.

Então é essa parada ai! Todo mundo pode aprender qualquer coisa. Um exemplo prático disso, é que já desenhei mil vezes melhor do que desenho hoje em dia e constantemente  ouço pessoas falando que queriam saber desenhar bem. Todos podem desenhar. Na verdade todos desenham. Quando crianças nós passamos grande parte do nosso tempo desenhando, porém quando vamos envelhecendo, surgem coisas mais legais para fazer e vamos praticando cada vez menos, até que paramos. Aprendizado é cíclico! Uma coisa sempre se desdobra e leva a outra.
Se todos continuassem desenhando, iriam naturalmente evoluir. Claro que dom nato ajuda, mas tudo é evolução. Desenhar é enxergar bem, musicar é ouvir bem, e fazer qualquer coisa bem é praticar. Prática e estudo leva no caminho da perfeição, e então vamos lá! A Internet esta ai! Informação de tudo que é tipo, de todos os níveis na mão de todos! Estude, pratique e não deixe o seu cérebro inerte.

Fabricação de um skate

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O skate é fabricado por um processo de laminação de folhas de madeira, coladas e prensadas, numa prensa hidráulica com algumas toneladas.
Esse processo na verdade foi aprimorado por Ray e Charles Eames, mas isso é assunto para um outro post!
 
 

Ganzeer, grafiteiro antenado

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As revoltas no mundo árabe tem agitado o panorama político, econômico e social dos países envolvidos. E onde há fumaça e fogo há incendiários. Os manifestantes nas ruas e praças são, em sua maioria, jovens como Mohamed Fahmy, aliás Ganzeer,  grafiteiro e ilustrador de 29 anos. As ilustrações de ordem tomaram conta das ruas de cidades como Cairo, Trípoli e Gaza. “Trata-se de uma revolução jovem e com expressões de acordo, como um mural de Facebook nas ruas “ – diz Mia Grondhal, fotógrafa sueca que desde 2000 documenta o street art das arábias.



Ganzeer é um dos mais produtivos artistas de sua geração. Diz usar sua arte para “entender a condição humana”. Antenado, mobilizou o mundo inteiro com a criação da “Mad Graffiti Week”, evento que está reunindo egípcios e estrangeiros ao redor do globo, para planejar ações e intervenções em suas cidades. Alguns trabalhos apareceram esta semana na Alemanha e Polônia.

O talentoso e famoso Blu manifestou solidariedade aos manifestantes:

Hello Ganzer
 i am sorry to hear that
 i am following the Egyptian situation from the beginning
 of course i can only see it from Internet

 honestly i never believed any military backed revolution
 and this one seems no exception

 i often speak about the egyptian situation because it is
 symbolic of what could happen everywhere else even here
 in europe i will paint something about it as son as i
 have the chance

 best wishes for your action
 blu

Mais?
Muito mais!

Porco fresco

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Não tenho o hábito de assistir televisão diariamente, embora muitas vezes tenha que ceder para não me sentir um alienado. Ela serve pra mim, quem mora sozinho vai entender, basicamente como uma companhia. Num domingo desses, cansado daquela vinheta depressiva do Fantástico, decidi trocar de canal e parei no SBT. Estava passando uma clássica câmera escondida com Ivo Holanda. A pegadinha era simples: Ivo, caracterizado de açougueiro, fazia degustação de linguiças de porco para os clientes de um supermercado atraídos por uma placa com os dizeres: “Porco Fresco”. A pessoa experimentava, aprovava o sabor e fazia o pedido ali mesmo e, com a maior naturalidade, o açougueiro pegava um porquinho vivo e colocava dentro do moedor. Obviamente, tudo não passava de uma armação e uma bela assistente ficava escondida trocando o porco por uma linguiça já pronta. As reações foram as mais avessas possíveis. O tal ato de crueldade foi recebido com indignação pelas pessoas. Onde já se viu matar um porco só pra fazer uma linguiça?

O princípio de uma pegadinha é semelhante ao da piada: fazer rir pelo inesperado. Vamos à lógica nesta história: qual é a diferença entre o porquinho vivo que ele pegou no colo e a linguiça que estava frita e temperada no prato?  Com certeza, poucos dias. Sabemos que, para a linguiça estar na nossa mesa, algum porquinho precisou morrer, assim como sabemos (ou fingimos não saber) que o processo de engorda é feito de forma agressiva e que os hormônios que os animais tomam afetam inclusive a nossa saúde. Mesmo assim, continuamos consumindo, acreditando que nada aconteceu. Essa vista grossa que fazemos me incomoda. Esse jeito que temos de lidar com as coisas, de querer acreditar no que nos convém e de se indignar com a verdade.

Baby, atuando em um de seus filmes antes de virar aperitivo.

Coincidentemente, na mesma semana assisti a um vídeo chamado “To Back the Start” (De volta ao começo) que tem como trilha um trecho da música “The Scientist” do Codplay. O clipe faz parte de uma campanha do restaurante Chipotle, especializado em comidas mexicanas, e visa mostrar a preocupação com a origem dos alimentos. No site oficial, existe uma seção dedicada ao assunto, onde explicam que, apesar da boa vontade e preocupação, ainda é muito difícil encontrar fornecedores que se enquadrem nas exigências da empresa. “Muitos porcos são criados em fazendas industriais e não têm uma grande vida. Eles são criados em pequenos espaços de concreto e aço onde são aplicadas grandes quantidades de antibióticos para afastar as doenças. (…) Já os nossos fazendeiros criam os porcos de forma livre; os animais nunca são tratados com antibióticos e são alimentados com uma dieta vegetariana. Acreditamos que os porcos, sendo tratados desta forma, podem ter uma vida mais saudável e produzir uma carne mais saborosa”. O vídeo é uma campanha de marketing, verdade, mas funciona bem para fazer pensar.

Acho interessante essa preocupação de algumas empresas com o bem estar dos animais, embora nada mude o fato de que eles serão mortos — pelo menos, me sento menos culpado ao saber que eles não sofreram tanto durante a vida. O problema é encontrar lugares que vendam esse tipo de carne que, na maioria das vezes, só está disponível em mercados para um público com maior poder aquisitivo. Enquanto isso, resta-nos comer “Porco Fresco”, mas sem frescura, ok?

Novas crianças, velhos brinquedos

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Bem, é ano novo e, para decepção dos adeptos de cultos Nova Era, o mundo não acabou. Boa notícia pra maioria, fato. Talvez não pra África Subsaariana, mas, cá entre nós, quem tá ligando? No Alto Leblon e no Jardim Oceânico as coisas seguem seu inexorável curso. Por aqui vai tudo bem, apesar de grande parte da riqueza mundial – notem o esforço em evitar os 99% vs 01% – estar nas mãos de tão poucos. Nada mudou. Nem o tema óbvio para posts de início de ano. A floresta queima, o óleo idem, a ambição ferve.  Ventos de transformação contradizem minhas afirmações, diria o mais otimista dos formadores de opinião.

Claro, afinal, tivemos a Primavera árabe, o movimento Occupy, a crise da Europa, o calote dos EUA, a eterna safra de filmes ruins baseados em livros ruins, a saída de Fátima Bernardes, um Faustão magro e o mala do Michel Teló. De tudo o que li, assisti e fui exposto neste último ano, e não me considero o cara ávido por novidades e “cultura” de antes, pois a gente cresce, infelizmente, digo-lhes que o que mais me chamou atenção foi o ressurgimento de brinquedos de minha infância. Tomei contato com os tais ao enfrentar as lojas neste natal. Listo aqui dois dos principais vilões do nocivo movimento de perversão das diversões infantis:

Os caras fizeram uma releitura futurista do bom e velho pião. Substituiram a madeira sustentável do brinquedinho por muito plástico, personagens, acessórios e toda uma linha de produtos por trás.

Beyblade – não imaginam o que é? Eu também não até ter um sobrinho de sete anos. É a velha história de séries japonesas que não deveriam ter saído de seu arquipélago. Magicamente, leia-se um puta trabalho de marketing, essas coisas saem e caem no gosto da molecada ao redor do mundo. Malditos japas e seus desenhos com olhões. Os caras fizeram uma releitura futurista do bom e velho pião. Substituiram a madeira sustentável do brinquedinho por muito plástico, personagens, acessórios e toda uma linha de produtos por trás. Os consagrados animes e mangás inclusos, claro. Um comercial a cada cinco minutos durante os intervalos de desenhos em todos os canais a cabo, 50 pratas a menos no bolso de pais e tios desavisados, voilá: vende mais que picolé na praia. Simples assim.

Super Banco Imobiliário – esse merecia um post à parte. Cara, vou te dizer, esse deu uma vontadezinha de matar esses gênios da publicidade; aliás, eles sempre vão figurar minha lista de assassinatos altamente justificáveis. Muito bem. A fabricante do tradicional brinquedo que “estrelava” – pegaram essa? – as minhas tardes em São Cristóvão, saudosas tardes de férias, em que eu e meu primo jogávamos a versão nacional do Monopoly engordurando as cédulas com manteiga escorrida de nossos biscoitos, tardes regadas a mate com bastante açúcar, falta de zelo por pertences alheios (dei sumiço em algumas notas ao escondê-las para ter mais grana) e estímulo a competição – enfim, a empresa brasileira responsável por um dos jogos de tabuleiro mais conhecidos do mundo, decidiu, numa estratégia contra a concorrência de produtos mais baratos da China, anabolizar o Banco Imobiliário, transformando-o na bizarrice mor, versão Super. Megalomanias dispensáveis no tocante ao prefixo do título, a nova versão tem alto teor de purulência. No lugar das fictícias e anônimas empresas de aviação, ferroviária e navegação adquiridas através do negócio honesto de compra e venda de imóveis, nossas crianças podem agora adquirir ações de empresas como Vivo, Itaú, TAM e Ipiranga. Ações? Aham. Não temos mais cédulas no novo jogo. A brincadeira agora é virtual. Wall Street na veia. A Estrela uniu-se as empresas supracitadas para “subsidiar o investimento tecnológico necessário para criar o brinquedo”. Então, coube a Mastercard criar uma maquininha de mentirinha para os pimpolhos brincarem de especulação e, de quebra, serem adestrados mais cedo na vida de consumidor. Vamos lá. A versão antiga não era totalmente inocente, longe disso, vide a ganância e avareza maculadoras de minha pureza infantil; mas também não pegava tão pesado ao intrometer bancos e empresas reais, estas nada inocentes, no lazer das crianças. Não bastasse a agressiva intervenção em todos os âmbitos de nossa formatada vida, é de uma super cara-de-pau utilizar-se de um espaço vital como o das sadias brincadeiras em grupo para fazer marketing. É, no mínimo, criminoso. Enfim. Cabem muitas leituras aqui, sobre diversos e profundos aspectos da coisa toda em si, mas se nos ativermos só ao mau caratismo, sobram sopapos pruma meia-dúzia de três ou quatro. Pior ainda são as justificativas dos babilônicos envolvidos. Finalizo transcrevendo as pérolas. Feliz ano novo!

“A gente usou um modelo de máquina real para fazer o molde da maquininha de brinquedo. Só que de maneira mais simplificada para a criança” – Cristina Paslar, diretora de marketing da MasterCard, que diz ser o jogo uma oportunidade da marca se comunicar com consumidores diferentes do seu alvo costumeiro, que são jovens acima de 18 anos. – Proponho a criação de cartões infantis da Barbie e do Homem-aranha. Avacalha de uma vez, Cris.

“Fomos conversar com a MasterCard para dar à maquininha um cunho mais próximo da realidade. Chamamos também outras empresas que têm público infanto-juvenil como alvo para que suas ‘ações’ pudessem ser compradas pelas crianças” – Carlos Tilkian, presidente da Estrela. – Mamãe deve estar orgulhosa de você Carlinhos.

“Agregamos tecnologia ao jogo para ambientar a criança com situações do dia-a-dia dela. Hoje quando ela sai com seus pais o que ela vê são os cartões de crédito e débito”, diz Carlos Tilkian, presidente da Estrela. – É ou não é um filhodaputa? Vou te contar…