Chegou na Netflix o último longa metragem de Gaspar Noé: Clímax. Certamente a obra confere o que o título propõe. O filme inteiro se passa num tempo de clímax cinematográfico, ao passo que possivelmente também faz uma referência ao ponto máximo de êxtase causado por uma droga. A proposta de câmera diretamente ligada à narrativa também é muito interessante. A câmera segue os personagens como um espetáculo itinerante que tem como protagonista o espaço e as sensações.
A primeira cena após o prólogo é um plano-sequência sensacionalmente coreografado com movimentos de câmera dialogando com movimentos de dança incríveis dos bailarinos. A partir daí é só clímax até o final do filme.
É cativante e arrebatador a forma como Gaspar Noé trabalha profundamente na sensibilidade do espectador. Através de uma linguagem um pouco documental, dados os planos sequência e as entrevistas, o filme explora o campo do absurdo de uma maneira muito realista, o que é possivelmente o maior causador de tensão a quem assiste.
Para quem não conhece o trabalho do diretor, vale a pena conferir também o “Enter the Void”, que de maneira muito simbólica e ilustrativa aborda o tema das drogas e da morte.
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