Que tal um pouco de plágio e nenhuma criatividade?

No dia 24 de Março de 2020 a série The Office completou 15 anos. E se você é fã como eu, provavelmente percebeu que essa data não passou em branco na internet. Entre homenagens e memes, a cereja do bolo ficou para o dia 29 de março, quando John Krasinski (Jim Halpert) estreou seu canal no YouTube: Some Good News, com um convidado de peso: Steve Carell, o eterno Michael Scott.

A ideia é simples, um noticiário fictício feito em casa sem muitos recursos onde ele destaca notícias boas que estão acontecendo pelo mundo. Krasinski acertou em cheio e conseguiu alcançar milhões de visualizações em pouco mais de um mês e segue publicando novos episódios.

Já aqui no Brasil… temos Luciano Huck com o programa: Que tal um pouco de esperança e boas notícias?. Inspiração? Discordo. Comparem as duas logos dos programas:

À esquerda o logo original e a direita uma tentativa frustada de naturalidade.

 

Parece que faltou um pouco de criatividade, não é mesmo? 

Quem trabalha com audiovisual sabe o quanto é difícil emplacar um projeto. Não importa a fase em que ele esteja, sempre serão apresentadas as famosas “referências”. É comum você ver em apresentações, cenas de outros filmes (ou programas), figurino, estética, trilhas, etc. As referências são aliadas do autor na batalha da aprovação da ideia e podem servir como atrativo para as produtoras.

 

Falta de autenticidade

Enquanto John faz a abertura do programa trazendo a atmosfera do ambiente residencial, usando objetos do próprio escritório. Luciano prefere usar os recursos de videografismo da equipe da Rede Globo, não só na abertura, mas em todo o programa.  


Pouco acolhedor

O cenário do SGN é de fato um canto da casa que parece ser habitado, trazendo assim elementos que vão de encontro com a alusão que o programa sugere: um programa feito em casa. Já o do nosso brasileirinho parece um fundo infinito e completamente sem vida.

Inspiração ou falta de noção?

Acredito que buscar inspiração naqueles que fazem algo bom é fundamental para o nosso crescimento interior, mas quando copiamos uma ideia e usamos para fins comerciais, temos que mencionar a inspiração ou comprar os direitos, e disso o Luciano Huck entende, pois já reproduziu ideias como: “Lar Doce Lar” e “Lata Velha”.

 

Abaixo a ficha técnica do programa na Globo Play:

Procurei informações sobre alguma menção ou declaração de inspiração, mas não achei.


Várias questões me deixam confuso em relação a motivação desse plágio. Qual a dificuldade de pelo menos mencionar o criador, como inspiração?
Será que realmente o Luciano Huck acredita que teve essa ideia? Será que ele não dispõe de uma equipe de roteiristas e criativos para poder ajuda-lo a escrever algo original? Será que ele não tem amigos que possam dizer para ele que isso é uma cópia?


Já que os amigos não avisaram, o público fez esse papel nos comentários na Globoplay:

Parece que o público já viu esse filme, digo programa.


Confesso que apesar de parecer engraçado, esse tipo de atitude me preocupa, pois de certa forma reflete bem como as coisas funcionam nos bastidores da nossa área. Onde muitos profissionais que são “obrigados” a fazer vista grossa para ideias geniais, como essa. 🙄


Se você tem Globoplay, fica o convite para assistir e tirar suas próprias conclusões, ok?

Michael não se animou com a ideia.
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Vinícius Tamer
Vinícius Tamer
Profissional de TI e web e editor de vídeos. Sempre com fones de ouvido. Amante de café, chá, cinema e fotografia. Gosta de descobrir como as coisas são criadas e acredita que ainda existam pessoas que se correspondam por cartas. Pobre rapaz.

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