Sejamos eternas crianças!

Queria poder provar que crescer temporalmente e fisiologicamente não devia nos fazer deixar de ter pensamentos lúdicos.

Quanto mais nos mantivermos capazes de brincar, de nos encantarmos por coisas simples, de uma vez por mês babarmos pela lua cheia, de rirmos por nos sujar com calda de sorvete, tentando lambê-la, de andarmos de bicicleta pelo prazer, além da consciência ambiental, menos teremos a sensação de envelhecer.

Poeticamente, nosso cérebro deve achar que estamos ainda crianças e vai nos deixar mais leves, mais naturalmente felizes, querendo o prazer simples das coisas sempre. Tudo pode virar um brinquedo! Diga aí, vc adulto hoje, quando vc vê um carrinho de ferro ou uma boneca, não há ai dentro de vc uma cosquinha que te faça querer brincar com aquilo?

Como são raras as crianças antipáticas! Mesmo a cara de birra ou choro traz uma forma suave.

Só não devemos carregar culpa por sermos assim, é necessário ter força para ignorar os adultos, feios, bobos e chatos.

Uma criança que é respeitada, que é educada com valores éticos e livres, que recebe limites lógicos que sempre ensinam, que tem seu espaço da brincadeira respeitado pelos cuidadores praticamente não fica doente. Se conseguirmos nos manter com essa chama da energia infantil na vida adulta chegaremos à idade de avós e avôs tão preparados que os netos agradecerão.

“Não existe uma fórmula para viver, quem disser que há está apenas experimentando um jeito que lhe cabe.”

Absolutamente sem nenhuma conotação nem denotação religiosa, quase todas as noites antes de dormir olho pro céu… e durante o dia pelo menos quatro vezes. Faço isso buscando nuvens e formas, é uma brincadeira que aprendi com cinco anos e nunca parei de brincar. A bioquímica é simples. Se me sinto bem fazendo isso, essa brincadeira me dá prazer, me deixa feliz, produzo e disparo mais serotonina em meus neurônios e meu nível de cortisol cai, diminuindo o estresse.

Essa forma de ver o mundo, às vezes criticada, me ajudou muito a vivenciar a infância de minha filha. Como era fácil de ver o tamanho de seu sofrimento por interromper uma brincadeira, por ser contrariada por coisas banais ao olhar do adulto, mas do tamanho do universo que ela habitava.

Foi esse olhar que me fez respeitar suas emoções de cada momento e ajudou a conduzir sua educação. Hoje ela se expressa de uma forma tão livre, luta pelo seu direito de falar e argumentar, defendendo seus pontos de vista, num pensamento sempre reflexivo e lógico.

Não existe uma fórmula para viver, quem disser que há está apenas experimentando um jeito que lhe cabe. Pode dar certo, pode acomodar, pode incomodar, pode adaptar. Tudo é possível. Mas não existe uma forma certa, padrão. Quando vemos o resultado, conseguimos concluir se o que foi feito foi bom. Criei uma prática paterna, da minha experiência diária de ser pai por quase onze anos, por enquanto parace estar dando certo.

Que tal imediatamente após terminar de ler esse texto, você olhar para o céu?

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Lauro Pontes
Lauro Pontes
Professor, escritor, pesquisador, supervisor em existencial-humanismo. Doutor em psicologia pela UERJ, coordenador de especialização em Cannabis medicinal, está sempre em busca de entender nossa mente e o universo que habitamos, enquanto isso alimenta diariamente seu vicio em seriados, joga pelada e exerce a paternidade de uma pré-adolescente.

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