Fear Of Missing The Festinha

Essa quarentena não tá fácil pra ninguém, cada dia parece uma semana e cada semana um mês. A gente anda solitário, querendo interação social e buscando ferramentas para suprir essa carência. O primeiro passo dessa nova tentativa de contato com o mundo exterior foi a era das lives. Teve show pra agradar a todos: sertanejo, samba, pop, eletrônica, uma lista infinita. Mas ainda estava faltando interação de verdade (pelo menos para o meu gosto).

Um belo dia, no twitter, vi uma blogueirinha que sigo falando sobre uma festa virtual. Fiquei meio sem entender, achei que era um aniversário de algum amigo, mas logo logo comecei a ver várias outras pessoas falando sobre as tais festas. E foi assim que entrei na segunda fase da quarentena.

Com venda de ingresso em plataformas como o Sympla, doações colaborativas ou link aberto divulgado nas redes sociais, os eventos virtuais geralmente rolam no Zoom e são limitados a 100 integrantes, as vezes até se forma uma fila de espera por uma vaga na transmissão. Só o Host, ou DJ, fica com o microfone aberto, compartilhando o áudio ou música, enquanto os participantes ficam mutados, curtindo e interagindo pelo chat.

Divulgação da festa que participei
Divulgação da festa que participei

Digitalmente influenciada pela minha blogueirinha, resolvi participar de uma, ver qual era, afinal, precisava saber do que estavam falando tanto pelo twitter. Não sabia nem por onde começar a procurar. Depois de uma pesquisa bem rápida, encontrei vários eventos, mas um em especial chamou mais minha atenção. Convidei uma amiga e “fomos”. Caímos de paraquedas em uma festa LGBTQI+ de Belo Horizonte.

Com meu drink preparado, entrei na transmissão bem tímida, com a câmera desligada e falando quase nada no chat. Aos pouquinhos fui me soltando e depois de algumas horas (e doses de vodka) eu, que já sou naturalmente saidinha, estava interagindo como se fossem todos meus amigos de infância e dançando como se não houvesse amanhã (SPOILER: houve). Conheci gente de todo canto do Brasil, que compartilharam comigo suas experiências em festas virtuais, mas isso eu conto em outro momento.

Pra mim, a grande sacada foi poder vestir o que quisesse, sem medo de ser barrada e não precisar gastar muito com bebidas, além de estar a dois passos da minha caminha confortável. Tem quem curta de pijama, tomando uma cerveja, e quem faça uma super produção com luzes coloridas, fundos virtuais e drinks diferentões.

Lá pelas duas da manhã, o host da festa anunciou que era hora de encerrar o evento, mas eu não podia deixar a maior diversão que tive em meses acabar tão rápido. Pedi pra ficar tocando no lugar dele, a galera animou e ele deixou. Toquei de tudo até 4 horas da manhã, criamos um grupo no whatsapp, “Inimigos do Fim”, e fui convidada para tocar na próxima edição da festa virtual.

Nada que eu pudesse imaginar chegaria perto do que realmente foi essa experiência. No dia seguinte a ressaca não foi nada virtual, nem a dor nas pernas, mas eu repetiria a dose um milhão de vezes. Quem sabe, quando isso tudo passar, eu não viaje pra Belo Horizonte só pra curtir a festa física e conhecer pessoalmente meus novos amigos virtuais. Até lá, seguirei curtindo todas as noitadas online possíveis e imagináveis. E a gente se esbarra digitalmente num festival ou até numa festa zoonina!

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