As crianças tem uma imaginação incrível, a maioria consegue brincar com qualquer coisa e em qualquer momento, especialmente quando estão em suas casas – ou seria Base de Operações Especiais? Fui filho único até os nove anos e passei uma parte da minha infância brincando (e falando) sozinho. Lembro que, entre diversas brincadeiras, a minha preferida era “invadir” a casa da minha avó, que morava com meu avô e duas tias, passando de um cômodo para o outro sem que ninguém me notasse. Essa tarefa não era fácil, apesar da casa dela ser colada com a minha. Passei muitas tardes em missões arriscadas, como a de furtar alguma coisa da geladeira dela sem que ninguém me notasse. Em dias mais inspirados pegava o lenço azul marinho da minha mãe e usava como máscara ninja, e partia em missões mais arriscadas sem saber se voltaria com vida. Era divertido, lembro que quando entrava nessa vibe imaginava a casa como uma fortaleza e visualizava minhas tias como verdadeiros guardas (ninjas do mal) guardando o cofre (geladeira) que abrigava as rabanadas da minha avó, que apesar de dormidas eram deliciosas.
Inspirado na imaginação das crianças, Andy Fairhurst conseguiu reproduzir de forma simples o poder de criatividade que os pequenos tem para se transformar em seus heróis (ou vilões) preferidos. Apesar de não ter o “Ninja Ladrão de Rabanadas da Vovó”, o cara mandou muito bem.