Rachelle Mozman, criada em Nova York de mãe panamenha, sabe bem o que é ser imigrante. Desde cedo as questões que envolvem os trabalhadores que saem de seus territórios em busca de trabalho, fizeram a cabeça da artista. Sua prática em fotografia e vídeo transita entre o documentário e a narrativa ficcional. Mozman é fortemente influenciada pelas técnicas etnográficas e seu trabalho aborda temas como família, classe e identidade. Interessada também em economia, vive hoje entre o Brooklyn e o Panamá. Na série Casa de Mujeres apresenta um cruzamento de performance, fotografia documental e fotonovela. Ela constrói uma narrativa que retrata sua mãe no papel de três personagens: duas gêmeas, uma com a pele mais escura que a da outra, e a empregada delas. Explora as relações raciais de hierarquia que são muito predominantes na América Central.
Nas palavras da artista:
“Na minha série mais recente, minha mãe desempenha o papel de três mulheres em uma típica casa latino-americana de ficção. Estas fotografias podem ser lidas como retratos de minha mãe em um self variado – como uma boneca ali colocada – ou como imagens que revelam o conflito de vaidade, raça e classe que vive dentro de uma mulher, assim como em uma família. Nestas fotografias as três mulheres, duas irmãs gêmeas, uma de cor mais clara a pele e uma empregada, compõem uma família que possui, em igual medida, amor e desprezo um pelo outro, mas representam também esse amor e desprezo alojados em uma única mulher. Meu fascínio com a identidade do self, e minha relação pessoal com minha mãe, moveu-me a fazer este ensaio, um ato que, através da fotografia e da performance permite que o real alcance a superfície.”
Mais do seu trabalho pode ser conferido aqui: www.rachellemozman.com